sexta-feira, 29 de maio de 2009

Pensa cinza, colorido


O raio de luz que entrava na janela e iluminava
os olhos claros ainda iluminam em sua memória.
O contorno na boca não perde a cor no mais cinza dos pensamentos.
Eles vão e vêm, com cor e sem cor.
E, cada vez que vêm, cheios de cor, o coração palpita, bate mais forte, a lembrança invade seus pensamentos...
Os olhos se enchem de lágrimas. Enxuga. Procura
uma imagem qualquer que a vista alcance. Trata de esquecer os raios de luz, o contorno e a lágrima que não deixou cair (mais).

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Alegria em câmera lenta

As serpentinas e purpurinas subiam das mãos de alguém. Cintilavam no ar e todos os outros movimentos se viam em câmera lenta.

Os sorrisos, as lágrimas, a felicidade alheia. Os abraços de despedida, a música que cantavam ao som da bateria.

Tudo passava aos olhos, que acompanhavam os mínimos detalhes dos movimentos.
Observava de longe essa juventude que lhe escapava aos poucos.
Deveria estar ali. Fazer parte daquele momento, daquela lembrança.

Mas, o caminho que escolheu a fez olhar de fora.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Voltei pela metade

Eu já voltei a fazer dancinhas ridículas novamente. Sem me importar com quem está ao meu redor. Me olhando e me julgando.

Eu já voltei a sorrir um sorriso exagerado. Sem me importar com a careta que eu estou fazendo.

Eu já voltei a gargalhar alto nos lugares. Sem me importar com a minha própria inconveniência.

Eu só não voltei a sentir do jeito que eu sentia antes. Agora eu sinto medo. Agora, eu sinto com medo.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

O terno

E aquele terno que nunca havia visto,
pareceu tão sóbrio a seus olhos.
Pareceu tão sério,
assim como o sorriso que lhe sorriu.
Não parecia ter a felicidade nos lábios.
Os olhos fundos quase não olharam.
Perderam a atenção
que antes podiam ser sentidas só no olhar.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Uma borboleta vive apenas duas semanas

Percebe como esse tempo passou tão rápido?
Trezentos e sessenta e cinco dias. Quase 9 mil horas.
Horas em que eu ri, horas em que eu me apaixonei. Horas em que chorei e horas que a dor passou.
Não quero pensar em como seria. Não é. Não é mais há um bom tempo. O que é, é o que eu sou agora, o que eu sempre fui. Sem a sua presença.
Não vou chorar por ter errado ou por ter acertado. Por ter sido boa ou ruim demais.
Há um ano eu comecei a aprender uma grande lição. E ela ainda não terminou.


Essa lição poderia durar menos. O tempo de uma borboleta.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Eu vi a luz. Ela, flores

Ela já esteve a um passo do fundo do poço. Se é que não tocou o fundo. E estava escalando as pedras para alcançar a luz de volta.
Como a escuridão doía nela. Doía em seu rosto, naquele sorriso infantil, naquele tamanho todo.
Essa dor bateu em mim, pois eu sabia a dor que ela sentiu. Conhecida antiga. Eu escalei as paredes que ela tentava subir.
Mesmo que ela achasse que aquele poço era o mais comprido do mundo, que a água batia em sua canela e que continuava a cair do céu, sem parar de molhar, eu sabia que pararia de chover.
Mesmo que ela pensasse o pior, e eu o melhor, eu rezei por ela. Eu tive medo de não saber que a chuva iria parar. Pedi que a luz no fim daquele túnel aumentasse tão rápido, que ofuscasse a visão dela. E que quando ela voltasse a enxergar, veria um campo cheio de flores.

E, antes que eu mesma pudesse terminar o meu pedido, senti o cheiro das flores nela.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sinestesia

Sempre que ouço essa palavra, penso no vai e vem do mar. É. Assim, sem explicação.
Talvez faça sentido por pensar naquele vai e vem de sensações, de sentidos e percepções.


Misturadas, juntas, atrapalhadas.

Às vezes, a felicidade é tão grande, tão grande, que as lágrimas correm pelo rosto. A decepção é tão profunda, que o riso inexplicável escapa pela boca. O desespero é tão intenso que a gargalhada e as lágrimas explodem ao mesmo tempo.

Assim como a ansiedade, a alegria, a angústia, a impaciência, as dúvidas, a euforia e todos aquelas sensações que me invadem, num vai e vem, sempre que penso em cada dia que se acaba e me deixa mais perto de realizar um sonho, um reencontro e um final feliz.

Pelo menos até o próximo mar de sentimentos.

domingo, 3 de maio de 2009

Brilhos na minha alma

Hoje não faz sol lá fora. O sol está dentro de mim.
Hoje o dia está
nublado, mas dentro de mim os raios fazem brilhar cada pedacinho da minha
alma.