Ela já esteve a um passo do fundo do poço. Se é que não tocou o fundo. E estava escalando as pedras para alcançar a luz de volta.
Como a escuridão doía nela. Doía em seu rosto, naquele sorriso infantil, naquele tamanho todo.
Essa dor bateu em mim, pois eu sabia a dor que ela sentiu. Conhecida antiga. Eu escalei as paredes que ela tentava subir.
Mesmo que ela achasse que aquele poço era o mais comprido do mundo, que a água batia em sua canela e que continuava a cair do céu, sem parar de molhar, eu sabia que pararia de chover.
Mesmo que ela pensasse o pior, e eu o melhor, eu rezei por ela. Eu tive medo de não saber que a chuva iria parar. Pedi que a luz no fim daquele túnel aumentasse tão rápido, que ofuscasse a visão dela. E que quando ela voltasse a enxergar, veria um campo cheio de flores.
E, antes que eu mesma pudesse terminar o meu pedido, senti o cheiro das flores nela.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
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2 comentários:
ai meu cotonete;
estou sem palavras...
obrigada por td!
beijos
Incrivel! Adorei o titulo e o texto, mas o titulo realmente achei incrivel, tocante e de uma simplicidade incrivel!!
Sensacional!
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