quarta-feira, 18 de março de 2009

Angústia

Hoje eu vi um cachorro morto na rua. Estava no carro e ele estava caído no canteiro central da avenida. O vento batia no pelo dele e nenhum havia movimento além dos carros passando. Um aperto no coração. Coloquei a mão na boca e falei: “Ele está morto”.
Em segundos aquela imagem sumiu da minha cabeça, o susto também e, de repente, eu me senti mal. Sim, pelo cachorro. Mas não por ele estar morto. Mas por ele ser um cachorro e ter despertado aquela angústia em mim.
Todos os dias eu vejo velhos, crianças e mulheres jogados em canteiros centrais, debaixo de viadutos, em uma esquina qualquer. Eles também estão mortos. Com a esperança morta, a alegria morta e a vida morta. E não despertam metade daquilo que o cachorro despertou em mim.

Nenhum comentário: